segunda-feira, 12 de outubro de 2015

“...EU NÃO ENTENDO COMO OS OUTROS NÃO PERCEBEM TAMBÉM,..”

Neste Blog no título faço uso de uma frase da música “Eu sei quem eu sou”, do Alvin L. e do Dinho Ouro Preto, que está no repertório do Capital Inicial, o trecho da música escolhida, diz assim: “Ela imagina flores, com cores que não existem em nenhum jardim, tem amigos imaginários, que pra toda pergunta respondem ‘sim'. Tem olhos que contam segredos, e medos que ninguém quer revelar, um mar de rosas imperfeito, que parte ao meio pra ela atravessar. Ela olha o céu encoberto, e acha graça em tudo que não pode ver, imagens lentamente derretem, prometem coisas que ela sabe que nunca vai ser. Ela é leve como o ar, foi embora e não voltou, como você e todo o mundo, eu também finjo que eu sei, quem eu sou. Ela começa a flutuar, as pessoas passam, olham e não veem, a cor do céu começa a mudar, eu não entendo como os outros não percebem também. As regras já não valem mais, diga adeus à sua paz, não é bom, não é ruim, simplesmente é assim”.

O título deste blog é um alerta para que as pessoas percebam que estamos no meio de um ambiente que está arrastando à área de Segurança e Saúde no Trabalho para um segundo plano para ser bem otimista. Esta fusão do Ministério da Previdência com o Ministério do Trabalho ocorre num momento em que o governo toma várias medidas paliativas, sem cortar as despesas necessárias para que o país volte a ter um rumo, nosso endividamento precisa ser reduzido. 

No Blog do Fernando Rodrigues de 28 de setembro de 2015, ele comenta que as Centrais sindicais atacam a ideia de fusão de Trabalho e Previdência e antecipou a Nota Conjunta destas Centrais se posicionando sobre o tema, que está na página seguinte.

Centrais Sindicais repudiam fusão do Ministério do
Trabalho e Emprego com o Ministério da Previdência Social

1. O Ministério do Trabalho foi criado em 1930, por meio do Decreto n. 19.433, de 26 de novembro. Ao longo dos anos, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sofreu alterações nas suas atribuições e competências, ocupando cada vez mais um espaço de destaque no cenário político nacional.

2. Sua função é discutir questões como as políticas necessárias para a criação de empregos e a geração de renda, auxílios ao trabalhador, fazer evoluir as relações de trabalho, fiscalizar, promover políticas salariais, formação e desenvolvimento para os trabalhadores e garantir a segurança e a saúde no trabalho. Desta forma, a importância e a relevância política do MTE são inquestionáveis.

3. São preocupantes as informações de que o governo federal pretende promover a fusão do MTE com o Ministério da Previdência Social. As Centrais Sindicais consideram que isto representará um retrocesso político, que vai resultar em enormes prejuízos aos trabalhadores e à sociedade, pois irá diluir a importância de ambos os Ministérios, que tratam de questões caras aos trabalhadores da ativa, aos aposentados e pensionistas.

4. A ideia da fusão já foi levantada antes, resultando, por força da realidade, no modelo atual, com dois Ministérios distintos. Os MTE e o Ministério da Previdência são responsáveis por zelar de direitos inalienáveis dos trabalhadores, e o processo de fusão pode resultar em enormes danos a suas já combalidas estruturas administrativas.

5. Ressaltamos a necessidade de recuperarmos o papel e o protagonismo do MTE fortalecendo sua estrutura. O MTE tem papel crucial na fiscalização, no cumprimento e no aprimoramento das normas de trabalho e nas campanhas voltadas à igualdade de direitos e à diminuição dos acidentes de trabalho, motivo pelo qual a fusão não trará benefícios, podendo dificultar a atuação dos dois órgãos ministeriais.

6. Cumpre ressaltar que o MTE é o órgão de interlocução entre o Poder Público e os representantes dos trabalhadores, que têm por finalidade construir políticas públicas para a valorização e a melhoria nas relações do trabalho.

7. Ao adotar tal medida, o poder da classe trabalhadora na luta por melhorias nas condições de trabalho será enfraquecido, desequilibrando ainda mais a relação capital x trabalho.

8. Desta forma, considerando a amplitude e a importância de suas competências, não nos parece razoável qualquer tipo de fusão do MTE com outros Ministérios, o que constituiria grave retrocesso. Assim como também é nefasta a tentativa de fusão de outros Ministérios, voltados para o desenvolvimento social, que visam desenvolver políticas aos menos favorecidos. Diante do exposto, as Centrais Sindicais brasileiras manifestam sua posição contrária à fusão do MTE com o Ministério da Previdência Social, bem como requerem a modernização e o fortalecimento do MTE, com o objetivo de resgatar o seu papel como Ministério estratégico na implementação de políticas permanentes de Estado e na intermediação dos conflitos naturais nas relações capital x trabalho.

Wagner Freitas – Presidente da CUT
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT
Adilson Araújo – Presidente da CTB
José Calixto Ramos – Presidente da NCST
Antonio Neto – Presidente da CSB
Fonte:http://imguol.com/blogs/52/files/2015/09/CentraisSindicais-protesto-fusao-Trabalho-Previdencia-29set2015.pdf


Além das Centrais Sindicais o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – SINAIT também se posicionou sobre a fusão dos Ministérios do Trabalho e Emprego com a Previdência Social, através de uma Nota Pública que foi publicada nesta sexta-feira, 2 de outubro, na página A11, no jornal Folha de São Paulo. O texto está na íntegra abaixo.


NOTA PÚBLICA 

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – SINAIT, diante das reformas administrativa e ministerial em curso e da incerteza acerca do futuro da Fiscalização do Trabalho, dirige-se à sociedade e em especial aos trabalhadores para manifestar o receio de que a propagada reforma venha a fragilizar ainda mais a Auditoria-Fiscal do Trabalho no Brasil.

Os Auditores-Fiscais do Trabalho entendem que uma fusão do Ministério do Trabalho e Emprego com outros ministérios enfraquecerá a Fiscalização do Trabalho e o combate às várias mazelas que assolam o mundo do trabalho e que repercutem drasticamente na vida dos trabalhadores e da sociedade como um todo.

A atividade dos Auditores-Fiscais do Trabalho promove justiça social e fiscal, tendo colaborado para uma arrecadação de R$ 104 bilhões em 2014, por meio do combate à sonegação do FGTS, da Contribuição Social e Sindical; combate à informalidade, aos acidentes de trabalho e às chagas do trabalho escravo e infantil.

O país vive uma crescente onda de desemprego e o combate à sonegação e à inadimplência do FGTS é importante ferramenta de recuperação e geração de novos postos de trabalho. Levantamento do Conselho Curador do FGTS referente a 2014 demonstra que foram gerados e mantidos 4,1 milhões de empregos em obras públicas financiadas com recursos do Fundo.

Atualmente há apenas 2.500 Auditores-Fiscais do Trabalho em atividade e mais de 1.100 cargos vagos, o pior cenário dos últimos 20 anos. Segundo estudos recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, contudo, o quadro deveria ser de 8.500 Auditores-Fiscais. O MTE já contou com 9 equipes do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, hoje reduzidas a apenas 4.

Indiscutível, assim, a importância social, econômica e arrecadatória da Auditoria-Fiscal do Trabalho na preservação dos direitos, vida e saúde do trabalhador e na promoção da inclusão social e do respeito ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Indispensável, portanto, que nesse momento de mudanças a Auditoria-Fiscal do Trabalho seja valorizada, fortalecida e integrada a uma estrutura institucional que efetivamente seja capaz de lhe conferir condições adequadas para o seu pleno exercício. 

Brasília/DF, 30 de setembro de 2015. 

SINDICATO NACIONAL DOS AUDITORES FISCAIS DO TRABALHO – SINAIT


As duas Notas refletem a realidade em que nos encontramos, tem o texto conciso, que retrata o momento que o país vive, por isto estão aqui reproduzidas. Já deu para perceber por tudo que está relatado, que esta fusão é um tremendo retrocesso, mas é importante que outras pessoas reflitam sobre esse tema. Voltando a música do título: “...eu não entendo como os outros não percebem também”. 

Traduza este texto para sua realidade e faça comentários eu gostaria de recebê-los. 

Abraços,

ARmando Campos